Se você está pensando em começar uma dieta low-carb, é melhor (re)pensar sobre a sua decisão – e claro, ler a nossa matéria até o fim. Segundo um estudo de revisão publicado em 2016 na revista "Endocrinology and Metabolism Clinics of North America", a eficácia de várias dietas restritivas (low-carb, mediterrâneo e equilibrada tradicional) é comprovada, porém, em curto prazo. Ou seja: o emagrecimento não se deve apenas de restrição de carboidratos.
De acordo com a nutricionista Mariana Nacarato, da Equilibrium, a dieta low-carb e versões mais modernas, como a dieta de South Beach, Dukan e paleolítica, são focadas no alto consumo de proteínas e restritas às gorduras saturadas. Embora os nomes sejam diferentes, elas colocam no carboidrato – pães, massas e cereais – a responsabilidade pelo ganho de peso. A explicação é que o nutriente estimularia a secreção de insulina, que quando está alta, incentiva os estoques de gordura. Ou seja, para essas dietas, retirar o carboidrato diminui a insulina no corpo, favorecendo assim a queima de gordura e, consequentemente, o emagrecimento.
Diante disso, o Guia da Semana, com a ajuda da nutricionista Mariana Nacarato, listou 5 motivos para você pensar antes de aderir a uma dieta low-carb. Confira:
O carboidrato é a principal fonte de energia para o cérebro
“Mal-estar, dor de cabeça e dificuldade de concentração são os principais sintomas das dietas restritivas. Tudo porque o cérebro utiliza a glicose vinda dos carboidratos para ter mais energia. A pessoa que adere a esse cardápio também pode ficar mal-humorada, uma vez que o nutriente participa da produção de serotonina, o neurotransmissor que estimula o bom humor”.
O carboidrato fornece energia para a prática de atividades físicas
“A falta de carboidrato pode refletir em fadiga, mal-estar e tontura, o que pode prejudicar o desempenho principalmente das atividades aeróbicas como corrida, caminhada e natação, que demandam uma grande quantidade de energia”.
Dietas restritivas não funcionam a longo prazo
“Quem já fez algum tipo de dieta para emagrecer, nota a dificuldade de manter o peso. Entre 3 e 6 meses muitos cardápios oferecem grandes resultados, mas depois desse período a perda de peso pode ficar estagnada e até ocasionar no ganho do peso perdido. Manter o peso na balança está alinhado com hábitos saudáveis e com a mudança no estilo de vida”.
Dificuldade de adaptação
“Dietas muito restritivas demandam a retirada de alimentos tradicionais da cultura brasileira como pães, massas, cereais e leguminosas. Alimentação que não respeita a cultura alimentar certamente pode gerar frustação”.
Mau funcionamento do intestino
“As fibras, essenciais ao bom funcionamento do intestino, estão presentes em diversos alimentos fontes de carboidratos, como pães integrais, macarrão integral, tubérculos (como a batata-doce, mandioca) e frutas. Na dieta low-carb o consumo desses alimentos fica muito restrito e pode comprometer a quantidade de fibras ingerida diariamente. Se o intestino não funciona bem, maior é a retenção de líquidos, inchaço, mau-humor e dificuldade de perder peso”.
Atualizado em 7 Dez 2016.