Guia da Semana

Foto: Divulgação
Prato do Dia: Arroz de carreteiro da TAM

Em tempos de forte concorrência, quando poucas empresas dominam o mercado, algumas companhias agora tentam conquistar o passageiro pelo estômago. Foi-se o tempo das barrinhas de cereais e copos d´água de plástico. No lugar, seviços de catering especializados, que transformam qualquer passageiro em crítico gastronômico.

No caso da TAM, o consultor Isaac Azar, do restaurante Paris 6, em São Paulo, é o responsável pela harmonização do serviço de bordo, inspirado na cozinha mediterrânea. Já a Ocean Air, que detém uma fatia um pouco menor do mercado de voos no Brasil, também apostou em menus diferenciados como forma de fidelização e renova suas opções de quitutes periodicamente, com direito a cardápios especiais para cada estação.

Gregos e troianos
Não é tarefa das mais fáceis agradar a todos os passageiros. Afinal de contas, cada voo reúne pessoas de diversas regiões e países, com os mais diferentes gostos. Para resolver esse problema, a solução encontrada pela TAM foi disponibilizar um bom número de opções em seu serviço de bordo. Entre elas, figuram alguns festivais temáticos, como sopas de inverno, pizzas sorvetes e quiches. Até uma festa junina foi realizada: o Arraiá Apaixonado, que trouxe hot-dog, paçoca e pé-de-moleque.

O grande destaque foi o Festival de Culinária Regional, realizada entre maio e novembro do ano passado. Escondidinho de carne, Virado à paulista, Arroz carreteiro e Xinxin de galinha foram servidos aos passageiros, dependendo do destino da viagem. "O objetivo foi adaptar pratos típicos da cozinha brasileira, de todas as regiões do País, e incorporá-los a alguns de seus voos. É uma boa forma de conhecer gastronomicamente a região para aonde se vai ou de onde se vem", diz Isaac.

O arroz com feijão
Quando se elabora um menu para companhias aéreas, além da variedade, existem algumas regras básicas a se seguir. Responsável pelo serviço de bordo da Ocean Air, Márcia Amaral diz que além do orçamento, é preciso considerar, acima de tudo, o tempo de vôo e horário de decolagem e pouso. Segundo ela, também é necessário lembrar de aspectos como o modelo da aeronave, por exemplo. "Pratos servidos em um MK28 são diferentes dos servidos no A320, pois eles permitem acomodar quantidades diferentes de alimento, restringindo o que pode ser preparado".

Também é levada em consideração a duração do voo. Em viagens mais longas, a equipe aguarda um pouco mais para preparar a comida. Em uma ponte aérea, porém, a produção inicia-se tão logo que o avião, de proporções menores, deixa a pista. Após os atentados de 11 de setembro, principalmente em viagens com destino ou saída dos Estados Unidos e países com alto grau de risco de ataques terroristas, não são permitidos alimentos que necessitem do uso de faca. Quando há o talher, ele é de pontas arredondadas.

Lembrando que alguns alimentos, embora não tragam perigo de vida ou ameaças de bombas, também foram banidos dos cardápios de avião, devido a outros inconvenientes. "É preciso ter cuidado com algumas escolhas, que geram desconfortos eventuais a todos os passageiros, como pratos que utilizam muita cebola e alho, ou feijão e batata doce, que podem causar flatulência", diz Márcia.

Atualizado em 7 Ago 2012.