Por Viviane Aguiar
Nissin-Ajinomoto |
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Nada de ki-nojo: esqueça os preconceitos e se jogue no miojo |
No último dia 5 de janeiro, morreu na cidade de Osaka, no Japão, o inventor do macarrão instantâneo, Momofuku Ando. Vítima de um ataque cardíaco, ele manteve sua famosíssima criação como parte de uma dieta que o levou até os 96 anos de idade. Não que essa longevidade toda - digna de um oriental - deva-se apenas a esse prato; mas é impossível negar a quantidade de realizações que a simples receita trouxe para seu inventor.
Assustado com os estragos (e com a fome) provocados pela Segunda Guerra, o velho senhor japonês resolveu construir, em 1948, uma fábrica capaz de criar alimentos nutritivos e de fácil preparo - e deu a ela o nome de Nissin. Ancorado pela tradição oriental do lámen (traduzido como "massa esticada"), ele investiu em pesquisas que, 10 anos depois, resultaram na fórmula do Chicken Lámen, o primeiro macarrão instantâneo do mundo.
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Bolinhos recheados de... miojo! |
"A consagração universal da invenção aconteceu em 2005, quando um astronauta levou a bordo do Discovery o Space Ram, especialmente desenvolvido pela Nissin para a alimentação no espaço", recorda Massashi Mori, coordenador administrativo da empresa brasileira. A invenção, que segundo uma pesquisa japonesa "é a maior do século XX", não foi reconhecida apenas no espaço: em Osaka, já existe até um museu em homenagem ao prático lámen de Momofuku Ando.
Os 80 bilhões de pacotinhos vendidos por ano no mundo confirmam tamanha aceitação. As máquinas que, de maneira similar as de refrigerantes e salgadinhos, devolvem ao cliente um miojo prontinho e fumegante no Japão também servem como prova - mas sua ausência por aqui mostra que o Brasil ainda vai demorar para passar da décima posição do ranking mundial de adoradores de macarrão instantâneo. "O miojo deu certo no Brasil, mas ainda tem mercado para muito mais. É uma relação cultural, não podemos comparar. No Japão, as crianças já nascem acostumadas com o lámen", explica Massashi.
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80 bilhões de pacotinhos no mundo; Brasil é o 10º maior mercado |
Composto por farinha de trigo, sal, gordura vegetal e beta-caroteno e resultado de um processo de cocção, fritura e desidratação, o miojo é um daqueles alimentos amados por muitos e odiados por outros. "Nosso produto não tem nenhuma contra-indicação, porém, como tudo que contém farinha de trigo, ele possui glúten e, assim, deve ser evitado por quem sofre de doença celíaca (intolerância ao glúten)", alerta Massashi. Mesmo assim, a extrema facilidade de preparo e a dita artificialidade do tempero fazem do clássico miojão um ingrediente colocado à parte da cozinha de quem se diz amante da boa culinária. Será mesmo?
"Adoro miojo. Faço pratos ótimos com ele", diz o chef Carlos Ribeiro que, antes de comandar o menu do paulistano Mamarana, já teve o sonho de abrir um restaurante só de macarrão instantâneo. "Ia ser bem baratinho, cada prato custaria uns R$ 3,50. Todas as receitas seriam feitos com miojo: a pessoa escolheria apenas entre os diversos caldos, que iam ser de peixe, camarão, legumes...", conta ele. "São Paulo tem tudo a ver com miojo, as pessoas querem comer e não esperar", completa.
Assumir o gosto como ele ainda é tão distante da realidade que a idéia da casa especializada em miojo acabou caindo por terra. "Aqui, um restaurante assim seria um escracho. No Japão, eles não têm vergonha de comer miojo; eles comem na boa e em todo lugar", diz o chef. Mesmo em culturas distintas, é possível, sim, usar o conteúdo desses pacotinhos como um bom ingrediente. Confira a receita de Carlos Ribeiro, liberte-se do preconceito e delicie-se com uma pratada do bom e velho miojo.
MIOJO BRASILEIRINHO |
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SERVIÇO
Mamarana
Rua Pará, 196, Higienópolis - São Paulo/SP
Fone: (11) 3661-8799
Nissin-Ajinomoto
www.nissin.com.br
Atualizado em 7 Ago 2012.